Logo de manhã, as rádios que
sempre ouço ao acordar noticiavam a prisão do ex-ministro do governo Lula,
Paulo Bernardo marido da senadora Gleisi Hoffmann uma das defensoras da
presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment. Paulo foi preso
sob a acusação na operação “lava jato” de participação em esquema de corrupção no
sistema de empréstimo consignado tão alardeado nos últimos tempos no Brasil. Os
bancos emprestam o dinheiro a algum servidor públicos ou aposentado do sistema
previdenciário e recebem através dos descontos em folha de pagamento com garantia
total de receberem de volta o dinheiro emprestado com juros e correção, sem o risco
da inadimplência, já que descontado garantidamente na folha de pagamento. Para
conseguir dinheiro o interessado não precisa ter nome limpo e nem fiador.
Em princípio parece algo que
favoreça aos idosos que poderiam usar o recurso para viajar, comprar remédios,
pagar por cirurgias e próteses não cobertas pelos SUS, só que atrás dessa
cortina aparentemente inocente existe um processo de exploração familiar, em
que filhos e netos desocupados, sem profissão e muitas vezes, bandidos, usam
desse recurso para compra de telefones caros, motos, e até agridem os idosos
para obrigá-los a fornecer dinheiro. Sem proteção o idoso acaba coagido a fazer
empréstimos para satisfazer os desejos de seus parentes que não estudam, não
trabalham e nem produzem nada de útil para a humanidade. São os parasitas
sociais.
Nos últimos anos viu-se um certo
aumento nas facilidades de abertura desse crédito consignado que nem exige que
o cidadão tenha o nome limpo, porque o pagamento é garantido na folha de
pagamento e as razões não se explicavam, para essas facilitações. Agora, com a
operação “lava jato” que culminou na prisão do ex-ministro, do PT, Paulo
Bernardo veio à tona o esclarecimento. A polícia descobriu que para cada
empréstimo concedido havia uma taxa de abertura do crédito que era paga em
favor da empresa CONSIST contratada para operacionalizar os empréstimos e a
taxa por ela cobrada era direcionada para pessoas ligadas ao ministério do
planejamento conduzido pelo Paulo Bernardo, e os percentuais chegavam a 70% da
arrecadação as propinas recebidas pelos agentes públicos e políticos. Paulo
Bernardo aparece como principal beneficiado do sistema. Por isso foi preso e
teve a sua casa visitada por policiais federais através de mandados de busca e
apreensão expedido pela justiça.
O fato caiu como uma bomba no
colo do PT que já tem colecionado muitos descontentamentos nos últimos tempos.
A verdade da política brasileira
é que, sem dinheiro não se consegue ganhar votos suficientes em eleições milionárias,
que geralmente são vencidas por quem tem mais dinheiro e que depois acaba
retirando dos negócios público e dos cofres públicos, de volta, o dinheiro
gasto nas eleições com lucros exorbitantes. Política virou negócio e negócio de
má qualidade moral.
Pior é que parece não sobrar
ninguém. O PT está pagando o preço de ter destruído a esperança de que, uma vez
no poder, poderia fazer diferente.
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