Com a chegada de mais um ano
eleitoral, o Brasil começa a ser iludido com as propagandas enganosas de
governantes, que por alguma razão pessoal pretendem, mesmo fora do poder,
seguir comandando as coisas públicas, e principalmente os negócios públicos
altamente rentáveis aos grupos que circundam o erário.
Nesta semana a prefeitura de
Caraguatatuba fez tornar pública uma mensagem da pior espécie para quem olha o
poder como meio de desenvolvimento social.
Diz a mensagem que o prefeito Antônio
Carlos da Silva do PSDB que governa a cidade há quase dezesseis anos, e mais
quatro de um governante por ele indicado, portanto, governa direta ou
indiretamente há 20 anos, é um exemplo a ser seguido pelos prefeitos
brasileiros, é o que diz a mensagem, porque estaria ele encerrando o seu ciclo
à frente da cidade com 150 milhões em caixa, enquanto que grande parte dos
municípios brasileiros têm dívidas. Dizem os seus asseclas que isso é
eficiência gerencial. Ai uma ilusória avaliação porque governo não é empresa,
governo não é para dar lucro financeiro, governo é para realizar o bem comum.
Se fosse um governo de vocações sociais, talvez não tivesse dinheiro em caixa,
mas teria reduzido a pobreza de seus governados, teria gerado postos de
trabalho, profissão, oportunidade de vida digna, moradia, não com dinheiro do
governo federal ou estadual, mas do próprio município. Se fosse um governo que
olhasse para o ser humano com olhos solidários, com amor e com respeito, não
deixaria o povo sofrendo em um sistema de saúde desconfortável e insuficiente.
Teria deixado à disposição do povo um atendimento médico e hospitalar mais
eficiente.
Existe no Brasil essa ideia de que
prefeito tem que ser empreendedor, palavra usada no meio empresarial, como se prefeitura
tivesse que dar lucro e ter dinheiro em caixa.
O contribuinte de Caraguá paga mais
caro o IPTU do que em outras cidades vizinhas, paga mais caro o Imposto de
Transmissão de bens quando há uma venda de imóvel, paga caro para ter serviços de
qualidade, e tem um enorme desemprego, uma enorme taxa de violência, um serviço
de saúde lamentavelmente ruim, transporte coletivo de péssima qualidade e caro,
e vem a público o governante dizer que tem 150 milhões em caixa e disso se vangloriar.
Gostar de dinheiro pode ser importante na vida particular e mesmo assim com
limites para não virar paranoia.
Em uma cidade de população tão pobre
e desprotegida, melhor seria atender à necessidade dos adolescentes que
precisam de profissão e trabalho, e esse dinheirão que está no caixa bem
poderia ter gerado milhares de novos profissionais, e inúmeros postos de
trabalho.
Quem sabe um dia desses as cidades do
litoral norte possam ser administradas por pessoas com alma realmente humana
que ao invés de guardar dinheiro contribua com o desenvolvimento humano de seus
habitantes sedentos de oportunidade de vida digna.
O Tio Patinhas, certamente não
gostaria deste nosso comentário, mas sem qualquer conotação pessoal, é
necessário olhar-se a gestão pública com mais responsabilidade social. Caraguá
se mostra uma cidade rica com povo pobre e quer ser exemplo para o mundo.
João Lúcio Teixeira
Jornalista- MTB- 83284
Um comentário:
sinceramente, prefiro um governo que deixe um superavit no caixa do que um que deixe um déficit de 200 bilhões como deixou o PT e ainda deixar uma educação lamentável, saúde precária e infraestrutura pior ainda.
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