RESULTADO DA REUNIÃO DOS MÉDICOS DA
SANTA CASA
Estivemos presentes hoje à noite na
reunião realizada pelos médicos que compõem o corpo clínico do hospital Stela
Maris de Caraguatatuba.
À mesa os médicos que coordenam
os serviços, Dr. Márcio Rios, Dr. Ibrain, e um representante do Conselho
Regional de Medicina que veio de São José para tomar pé da situação.
O principal problema situa-se no
fato de que no próximo sábado a prefeitura vai inaugurar a UPA – Unidade de
Pronto Atendimento, situada próximo da Delegacia de Polícia, que vai assumir o serviço
de Pronto Socorro que até aqui vinha sendo operado pelo Hospital Stela Maris.
A prefeitura mantém dois
contratos com a Santa Casa sendo um no valor mensal de R$670.000,00 destinado
às atividades hospitalares, como UTI, maternidade, UTI Néo Natal, enfermaria e
etc., e outro contrato no valor de R$1.170.000,00, destinados ao Pronto Socorro
que atende cerca de 500 pessoas por dia.
A prefeitura avisou que o
contrato de pronto socorro será rescindido e não haverá mais repasse da verba,
ficando somente o contrato de R$670.000,00 das atividades hospitalares.
Dessa forma deverá a Santa Casa
extinguir o corpo clínico que atende o pronto socorro, mas a prefeitura está
divulgando pela cidade que os pacientes graves que forem atendidos no novo
pronto socorro serão encaminhados à santa Casa.
A Santa Casa, diz que sem as
verbas de pronto socorro não poderá manter as equipes de médicos do setor e por
isso não poderá receber os pacientes graves.
A prefeitura encaminhou hoje à
tarde um documento à santa Casa exigindo que ela mantenha o pronto socorro
aberto, mesmo sem o repasse das verbas.
Seria como cortar as pernas da
aranha e mandar que ela corra, mesmo sem pernas.
Os médicos estão apavorados com a
questão ética porque sem o repasse o Hospital não poderá remunerá-los e sem
remuneração não podem trabalhar. Deixar os pacientes sem assistência também não
seria correto.
Atualmente dizem que a prefeitura
já vem sacrificando o hospital que está operando com prejuízos, mas sobrevive.
A mais importante indagação é se
o SAMU trouxer um paciente em situação grave, ele poderá não encontrar na Santa
Casa, médicos de plantão e o hospital não terá como receber o paciente. Se
conseguir resistir, poderá ser transferido para outra cidade, mas isso é
temerário.
A proposta de um dos médicos presentes
é de destituir o corpo clínico do pronto socorro e deixar de atender o SUS, mas
outros médicos que preferimos omitir nomes, são pela manutenção dos serviços
por trinta dias até que seja resolvida a situação.
A Santa Casa encaminhou proposta
à prefeitura de manter parte dos serviços de pronto socorro para atender os
casos mais complexos, sem as consultas volumosas, e o valor é da ordem de
R$630.000,00 por mês, mas a prefeitura está se esquivando pra dar respostas.
Marcaram reunião para ontem, mas
a prefeitura nem compareceu. Ficou para amanhã uma nova reunião entre prefeitura
e médicos, quem sabe desta vez a prefeitura realmente compareça e resolva de
vez a questão.
Se for para manter alguns
serviços os médicos querem que seja tudo escrito e detalhado porque na palavra
não dá pra acreditar.
A situação não é boa e o
resultado pode ser catastrófico de não houver acordo.
Vasou a ideia de que o prefeito
possa estar preparando algum jeito de intervir no hospital e entregá-lo à
instituição que administra o AME, a UPA e o Hospital Regional de Taubaté.
Intervenção poderá ser a próxima loucura
do prefeito de Caraguá que não gosta de ser contrariado.
O que ficou bem claro é que a irmã
de caridade que administra o hospital não tem conseguido conversar e nem ser
recebida pelo prefeito. Estão de mal.
A bomba vai estourar no colo do
povo que paga impostos e não consegue ver um bom resultado na questão da saúde.
Ficou agendada uma próxima
reunião para segunda feira dia 18 para nova avaliação da situação. Estaremos lá
e transmitiremos os resultados.
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