sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

MÉDICOS DA SANTA CASA SE REBELAM


RESULTADO DA REUNIÃO DOS MÉDICOS DA SANTA CASA
Estivemos presentes hoje à noite na reunião realizada pelos médicos que compõem o corpo clínico do hospital Stela Maris de Caraguatatuba.
À mesa os médicos que coordenam os serviços, Dr. Márcio Rios, Dr. Ibrain, e um representante do Conselho Regional de Medicina que veio de São José para tomar pé da situação.
O principal problema situa-se no fato de que no próximo sábado a prefeitura vai inaugurar a UPA – Unidade de Pronto Atendimento, situada próximo da Delegacia de Polícia, que vai assumir o serviço de Pronto Socorro que até aqui vinha sendo operado pelo Hospital Stela Maris.
A prefeitura mantém dois contratos com a Santa Casa sendo um no valor mensal de R$670.000,00 destinado às atividades hospitalares, como UTI, maternidade, UTI Néo Natal, enfermaria e etc., e outro contrato no valor de R$1.170.000,00, destinados ao Pronto Socorro que atende cerca de 500 pessoas por dia.
A prefeitura avisou que o contrato de pronto socorro será rescindido e não haverá mais repasse da verba, ficando somente o contrato de R$670.000,00 das atividades hospitalares.
Dessa forma deverá a Santa Casa extinguir o corpo clínico que atende o pronto socorro, mas a prefeitura está divulgando pela cidade que os pacientes graves que forem atendidos no novo pronto socorro serão encaminhados à santa Casa.
A Santa Casa, diz que sem as verbas de pronto socorro não poderá manter as equipes de médicos do setor e por isso não poderá receber os pacientes graves.
A prefeitura encaminhou hoje à tarde um documento à santa Casa exigindo que ela mantenha o pronto socorro aberto, mesmo sem o repasse das verbas.
Seria como cortar as pernas da aranha e mandar que ela corra, mesmo sem pernas.
Os médicos estão apavorados com a questão ética porque sem o repasse o Hospital não poderá remunerá-los e sem remuneração não podem trabalhar. Deixar os pacientes sem assistência também não seria correto.
Atualmente dizem que a prefeitura já vem sacrificando o hospital que está operando com prejuízos, mas  sobrevive.
A mais importante indagação é se o SAMU trouxer um paciente em situação grave, ele poderá não encontrar na Santa Casa, médicos de plantão e o hospital não terá como receber o paciente. Se conseguir resistir, poderá ser transferido para outra cidade, mas isso é temerário.
A proposta de um dos médicos presentes é de destituir o corpo clínico do pronto socorro e deixar de atender o SUS, mas outros médicos que preferimos omitir nomes, são pela manutenção dos serviços por trinta dias até que seja resolvida a situação.
A Santa Casa encaminhou proposta à prefeitura de manter parte dos serviços de pronto socorro para atender os casos mais complexos, sem as consultas volumosas, e o valor é da ordem de R$630.000,00 por mês, mas a prefeitura está se esquivando pra dar respostas.
Marcaram reunião para ontem, mas a prefeitura nem compareceu. Ficou para amanhã uma nova reunião entre prefeitura e médicos, quem sabe desta vez a prefeitura realmente compareça e resolva de vez a questão.
Se for para manter alguns serviços os médicos querem que seja tudo escrito e detalhado porque na palavra não dá pra acreditar.
A situação não é boa e o resultado pode ser catastrófico de não houver acordo.
Vasou a ideia de que o prefeito possa estar preparando algum jeito de intervir no hospital e entregá-lo à instituição que administra o AME, a UPA e o Hospital Regional de Taubaté.
Intervenção poderá ser a próxima loucura do prefeito de Caraguá que não gosta de ser contrariado.
O que ficou bem claro é que a irmã de caridade que administra o hospital não tem conseguido conversar e nem ser recebida pelo prefeito. Estão de mal.
A bomba vai estourar no colo do povo que paga impostos e não consegue ver um bom resultado na questão da saúde.
Ficou agendada uma próxima reunião para segunda feira dia 18 para nova avaliação da situação. Estaremos lá e transmitiremos os resultados.

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