quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

SOBRE A CRISE DO HOSPITAL EM CARAGUÁ

É de conhecimento público que o prefeito Antônio Carlos da Silva do PSDB, de Caraguatatuba, teve dificuldades de entendimento com as freiras que dirigiam o Hospital Stela Maris, conhecido como Santa Casa pelos moradores locais. Do desentendimento do prefeito com as irmãs, ocorreu uma das piores crise que a saúde da cidade conheceu. A prefeitura não repassava as verbas que as irmãs necessitavam para manutenção dos serviços e a prefeitura afirmava que estava repassando mais do que o necessário. Para as irmãs faltava dinheiro e para o prefeito o dinheiro tinha que ser suficiente. Brigaram quase publicamente e os médicos do corpo clínico à época convocaram a sociedade organizada para tomarem ciência dos fatos e de certo modo se eximirem da responsabilidade do atendimento precário.
O prefeito achou por bem decretar estado de calamidade pública na cidade e interveio no hospital. O atendimento não melhorou e a crise se agravou até que não se teve mais notícias do que ocorre por lá, tendo em vista que o hospital virou uma caixa preta que ninguém dá nenhuma informação oficial sobre os serviços. Isso é próprio do prefeito Antônio Carlos que só dá informação através dos órgãos de imprensa local se for em veículo de sua confiança e relação. Não é habituado a respeitar o direito de liberdade de imprensa e nem atende aos órgãos independentes que querem publicar matérias sem censuras.
Corre na cidade a notícia não oficial de que ele quer reunir o Conselho Municipal de Saúde, ou já reuniu, para exigir autorização para comprar o hospital. Falam que ele diz que vai compra-lo por 15 milhões, mas as informações vindas da irmandade religiosa que detém a propriedade do hospital, dão conta de que há uma avaliação de menos de dois anos, feita pelo governo do estado quando pretenderam vender o hospital para o estado, e o valor é de 60 milhões. As irmãs dizem que não vendem o hospital por valor menor que esse.
Há ainda a notícia não oficial de que está sendo formada uma empresa composta por médicos da cidade que desejariam participar do sistema de saúde da cidade e quem sabe podem estar interessados no hospital.
Corre ainda notícia de que a irmãs se mudaram do local onde moravam dentro do hospital por que a pressão psicológica tem sido difícil de suportar.
Se há uma avaliação de 60 milhões sem os equipamento, os 15 milhões do prefeito não dão nem pra tapar o buraco do dente, diria um mineiro.
O prefeito decretou calamidade pública para intervir no hospital. Vejamos o que é calamidade pública;

ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA:
Situação anormal, decretada em razão de desastre, que em razão da magnitude dos danos, requer auxílio direto e imediato do estado ou da União para as ações de socorro e de recuperação

Este é o conceito de calamidade pública, que sempre deveria se basear em algum desastre. O desastre em Caraguá parece ser a incompetência do gerenciamento da saúde pública que tem sido sempre um desastre aos olhos do usuário, e o único hospital que atendia bem ou mal, foi encampado pelo poder público com base em um discutível decreto de calamidade, já que não houve desastre algum a não ser a incompetência administrativa.
O Desastre não pode durar para sempre e o prefeito não sabe o que fazer para resolver o problema do hospital que sem o estado de calamidade deveria ser devolvido aos seus donos, ou então o município compraria o hospital e pagaria o preço aos seus donos.
O prefeito está no mato sem cachorro, e a solução de compra do hospital pelo valor da avaliação do governo do estado pode levar o município `insolvência, não só pelo pagamento do patrimônio como pelos gastos de manutenção e funcionamento do nosocômio. Mais fácil seria construir um prédio novo, em terreno que prefeitura já possui, fazer um novo centro de atendimento à saúde, e deixar de lado a vaidade de não querer voltar atrás. Um hospital todinho velho como é aquele, vai quebrar o caixa da cidade só com as reformas de que necessita. A briga pessoal do prefeito com as irmãs deu no que estamos vendo, uma situação temeraria para os moradores da cidade, que de um hospital que tinham poderão não ter nenhum e ter que continuar se socorrendo em São Sebastião e outras cidades da região. A saúde de Caraguá está em "coma".


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