É de conhecimento público que o
prefeito Antônio Carlos da Silva do PSDB, de Caraguatatuba, teve dificuldades
de entendimento com as freiras que dirigiam o Hospital Stela Maris, conhecido
como Santa Casa pelos moradores locais. Do desentendimento do prefeito com as
irmãs, ocorreu uma das piores crise que a saúde da cidade conheceu. A
prefeitura não repassava as verbas que as irmãs necessitavam para manutenção
dos serviços e a prefeitura afirmava que estava repassando mais do que o
necessário. Para as irmãs faltava dinheiro e para o prefeito o dinheiro tinha
que ser suficiente. Brigaram quase publicamente e os médicos do corpo clínico à
época convocaram a sociedade organizada para tomarem ciência dos fatos e de
certo modo se eximirem da responsabilidade do atendimento precário.
O prefeito achou por bem decretar
estado de calamidade pública na cidade e interveio no hospital. O atendimento
não melhorou e a crise se agravou até que não se teve mais notícias do que
ocorre por lá, tendo em vista que o hospital virou uma caixa preta que ninguém
dá nenhuma informação oficial sobre os serviços. Isso é próprio do prefeito
Antônio Carlos que só dá informação através dos órgãos de imprensa local se for
em veículo de sua confiança e relação. Não é habituado a respeitar o direito de
liberdade de imprensa e nem atende aos órgãos independentes que querem publicar
matérias sem censuras.
Corre na cidade a notícia não
oficial de que ele quer reunir o Conselho Municipal de Saúde, ou já reuniu,
para exigir autorização para comprar o hospital. Falam que ele diz que vai
compra-lo por 15 milhões, mas as informações vindas da irmandade religiosa que
detém a propriedade do hospital, dão conta de que há uma avaliação de menos de
dois anos, feita pelo governo do estado quando pretenderam vender o hospital
para o estado, e o valor é de 60 milhões. As irmãs dizem que não vendem o
hospital por valor menor que esse.
Há ainda a notícia não oficial de
que está sendo formada uma empresa composta por médicos da cidade que
desejariam participar do sistema de saúde da cidade e quem sabe podem estar
interessados no hospital.
Corre ainda notícia de que a
irmãs se mudaram do local onde moravam dentro do hospital por que a pressão
psicológica tem sido difícil de suportar.
Se há uma avaliação de 60 milhões
sem os equipamento, os 15 milhões do prefeito não dão nem pra tapar o buraco do
dente, diria um mineiro.
O prefeito decretou calamidade
pública para intervir no hospital. Vejamos o que é calamidade pública;
ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA:
Situação anormal, decretada em razão de desastre, que em
razão da magnitude dos danos, requer auxílio direto e imediato do estado ou da
União para as ações de socorro e de recuperação
Este é o conceito de calamidade
pública, que sempre deveria se basear em algum desastre. O desastre em Caraguá
parece ser a incompetência do gerenciamento da saúde pública que tem sido
sempre um desastre aos olhos do usuário, e o único hospital que atendia bem ou
mal, foi encampado pelo poder público com base em um discutível decreto de
calamidade, já que não houve desastre algum a não ser a incompetência
administrativa.
O Desastre não pode durar para
sempre e o prefeito não sabe o que fazer para resolver o problema do hospital
que sem o estado de calamidade deveria ser devolvido aos seus donos, ou então o
município compraria o hospital e pagaria o preço aos seus donos.
O prefeito está no mato sem
cachorro, e a solução de compra do hospital pelo valor da avaliação do governo
do estado pode levar o município `insolvência, não só pelo pagamento do
patrimônio como pelos gastos de manutenção e funcionamento do nosocômio. Mais
fácil seria construir um prédio novo, em terreno que prefeitura já possui,
fazer um novo centro de atendimento à saúde, e deixar de lado a vaidade de não
querer voltar atrás. Um hospital todinho velho como é aquele, vai quebrar o
caixa da cidade só com as reformas de que necessita. A briga pessoal do
prefeito com as irmãs deu no que estamos vendo, uma situação temeraria para os
moradores da cidade, que de um hospital que tinham poderão não ter nenhum e ter que continuar se socorrendo em São Sebastião e outras cidades da região. A saúde de Caraguá está em "coma".
Nenhum comentário:
Postar um comentário