quinta-feira, 6 de março de 2014

O "CASAMENTO" PT-PMDB PODE ESTAR CHEGANDO AO FIM

O PT e PMDB podem estar chegando ao fim de uma “sociedade de interesses de fins econômicos”. O PT governa um monte de dinheiro e o PMDB com seu enorme conjunto de forças heterogêneas dá respaldo à tal “governabilidade”. O Lula sempre manteve a “equipe” composta por Sarney, Temer, Renan, Garotinho (hoje em outro partido), Sérgio Cabral, governado do Rio, e uma fileira de gente que possui peso regional, no compromisso de garantir a governabilidade federal. Isso tem preço e o preço não é baixo, já que cada um desses líderes políticos precisa de muitos cargos em suas regiões para acomodar os agentes políticos que lhes acompanham e de muitos negócios que garantam espaço às empresas que bancam as campanhas eleitorais. A Dilma, não tem a mesma maleabilidade do Lula e isso cria alguns pontos de resistência que colocam em risco a autoridade do seu poder executivo. Deputados federais não fazem nada a mais do que introduzir emendas de verbas para as suas regiões, no orçamento do governo federal. Absurdo é o legislador que deveria estar no cargo para fiscalizar a seriedade na execução do orçamento público, se meter na distribuição de verbas de um orçamento que não é do legislador, mas do executor orçamentário que é o prefeito, governador ou presidente da república. Prefeitos e governadores estão na mesma situação da presidente Dilma já que se submetem aos caprichos dos vereadores e deputados estaduais que vivem de emendar orçamento e pedir verbas para obras, ou reparos, que não fazem parte da função legislativa. Fiscalizar o executivo, é tarefa mais difícil do que pedir dinheiro porque a fiscalização exigiria certa especialização do parlamentares e de suas assessorias que são quase sempre compostas de semianalfabetos, mas bons cabos eleitorais. Assim, ficam mexendo no dinheiro, conseguindo uma obrazinha aqui outra ali e os votos vêm em troca desses favores. O resultado final é o legislador de rabo preso com o executor e vice versa. Se não libera verbas pra valorizar os votos, não consegue governar porque os malandros de casaca não votam as matérias de interesse do governo ou votam contra. Emperram a máquina, fazendo de um modelo político tão bem concebido, que a democracia, em uma “farra do boi” com dinheiro do povo. Os vereadores, de modo geral, nas sessões de prestação e contas do prefeito, ao invés de analisarem a lisura dos gastos públicos deixam o chefão à vontade para passar filminhos de obras, e os que deveriam fiscalizar batem palmas por filme, agradecem as obras e há até vereador de partido que se intitula de esquerda batendo palmas pra prefeitos de partidos de direita, numa verdadeira perda de identidade, de idealismo, de firmeza e até de decência, nessa orgia de poder sem poder e de fazer sem poder. O Brasil envergonha aos brasileiros quando o assunto é política, ou politicagem.
Agora a Dilma vai “pagar o pato” com a possível saída do PMDB do seu governo. Ao certo ninguém sabe o que rola nos bastidores, e o porquê do PMDB estar se rebelando. Ou é a vice presidência que não quer perder, ou é o monte de ministério e cargos importantes que podem ser reduzidos no governo federal. A associação PT-PMDB, mostra ter sido uma associação quase criminosa (no bom sentido, é claro) ou pode até se assemelhar a uma possível formação de quadrilha (também no bom sentido é claro) com o fim de negociar cargos públicos que a constituição define muito bem as funções de cada cargo. Quadrilha seria termo muito forte, mas que bem representa a ideia que o povo brasileiro faz dessas negociatas nefastas. Estádio de futebol em Brasília e em Manaus, onde nem há futebol profissional que faça jus? Faltou estádio no Maranhão do PCC, digo do Sarney, ou em Alagoas do Renan e Collor. O estádio de Brasília poderá servir ao Legião Urbana, Capital Inicial e outras bandas de Rock, e o de Manaus talvez sirva aos “Bois”, Garantido e Caprichoso. É tudo na verdade, um negócio jurídico de altíssima lucratividade. O Brasil só vai melhorar quando o povo parar de eleger oportunistas para vereadores, deputados e senadores. Este é um ano importante porque tem eleições de deputados e o brasileiro bem que poderia prestar mais atenção no que faz sozinho dentro da urna. O político é culpado, mas o povo não pode reclamar porque é ele quem escolhe os políticos que pretende ver no poder.  
Não há nenhuma forma de governo melhor do que a democracia, onde o povo põe e tira os seus governantes, através do voto direto e secreto.
Por isso é dissemos antes e confirmamos, que qualquer partido que exercer o poder no Brasil nesse modelo de gerenciamento corrupto, vai se desgastar. O PT vai acabar que nem o PMDB, PSDB se não corrigir a rota e parar de negociar com a bandidagem política. Vale pra Dilma, vale pro governadores de esquerda e prefeitos também. O voto de vereador corrupto, nas câmaras do Brasil, são o retrato da falta de vergonha política que enoja o povo.
O mais recomendável seria a Dilma cumprir com o seu papel de presidente, governar com os olhos voltados para o povo e não para os bandos de piratas oficiais. Se ela tiver coragem, vai conseguir a proteção do povo que irá defender a sua governabilidade muito melhor do que essa camarilha desonesta que rodeia os cofres públicos. A maior proteção de um governante democrático é o respaldo popular.
João Lúcio Teixeira

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