O PT e PMDB podem estar chegando
ao fim de uma “sociedade de interesses de fins econômicos”. O PT governa um
monte de dinheiro e o PMDB com seu enorme conjunto de forças heterogêneas dá
respaldo à tal “governabilidade”. O Lula sempre manteve a “equipe” composta por
Sarney, Temer, Renan, Garotinho (hoje em outro partido), Sérgio Cabral,
governado do Rio, e uma fileira de gente que possui peso regional, no
compromisso de garantir a governabilidade federal. Isso tem preço e o preço não
é baixo, já que cada um desses líderes políticos precisa de muitos cargos em
suas regiões para acomodar os agentes políticos que lhes acompanham e de muitos
negócios que garantam espaço às empresas que bancam as campanhas eleitorais. A
Dilma, não tem a mesma maleabilidade do Lula e isso cria alguns pontos de
resistência que colocam em risco a autoridade do seu poder executivo. Deputados
federais não fazem nada a mais do que introduzir emendas de verbas para as suas
regiões, no orçamento do governo federal. Absurdo é o legislador que deveria
estar no cargo para fiscalizar a seriedade na execução do orçamento público, se
meter na distribuição de verbas de um orçamento que não é do legislador, mas do
executor orçamentário que é o prefeito, governador ou presidente da república.
Prefeitos e governadores estão na mesma situação da presidente Dilma já que se
submetem aos caprichos dos vereadores e deputados estaduais que vivem de
emendar orçamento e pedir verbas para obras, ou reparos, que não fazem parte da
função legislativa. Fiscalizar o executivo, é tarefa mais difícil do que pedir
dinheiro porque a fiscalização exigiria certa especialização do parlamentares e
de suas assessorias que são quase sempre compostas de semianalfabetos, mas bons
cabos eleitorais. Assim, ficam mexendo no dinheiro, conseguindo uma obrazinha
aqui outra ali e os votos vêm em troca desses favores. O resultado final é o
legislador de rabo preso com o executor e vice versa. Se não libera verbas pra
valorizar os votos, não consegue governar porque os malandros de casaca não
votam as matérias de interesse do governo ou votam contra. Emperram a máquina,
fazendo de um modelo político tão bem concebido, que a democracia, em uma “farra
do boi” com dinheiro do povo. Os vereadores, de modo geral, nas sessões de prestação
e contas do prefeito, ao invés de analisarem a lisura dos gastos públicos
deixam o chefão à vontade para passar filminhos de obras, e os que deveriam fiscalizar
batem palmas por filme, agradecem as obras e há até vereador de partido que se
intitula de esquerda batendo palmas pra prefeitos de partidos de direita, numa verdadeira
perda de identidade, de idealismo, de firmeza e até de decência, nessa orgia de
poder sem poder e de fazer sem poder. O Brasil envergonha aos brasileiros
quando o assunto é política, ou politicagem.
Agora a Dilma vai “pagar o pato”
com a possível saída do PMDB do seu governo. Ao certo ninguém sabe o que rola
nos bastidores, e o porquê do PMDB estar se rebelando. Ou é a vice presidência
que não quer perder, ou é o monte de ministério e cargos importantes que podem
ser reduzidos no governo federal. A associação PT-PMDB, mostra ter sido uma
associação quase criminosa (no bom sentido, é claro) ou pode até se assemelhar
a uma possível formação de quadrilha (também no bom sentido é claro) com o fim
de negociar cargos públicos que a constituição define muito bem as funções de
cada cargo. Quadrilha seria termo muito forte, mas que bem representa a ideia
que o povo brasileiro faz dessas negociatas nefastas. Estádio de futebol em
Brasília e em Manaus, onde nem há futebol profissional que faça jus? Faltou
estádio no Maranhão do PCC, digo do Sarney, ou em Alagoas do Renan e Collor. O
estádio de Brasília poderá servir ao Legião Urbana, Capital Inicial e outras
bandas de Rock, e o de Manaus talvez sirva aos “Bois”, Garantido e Caprichoso. É
tudo na verdade, um negócio jurídico de altíssima lucratividade. O Brasil só
vai melhorar quando o povo parar de eleger oportunistas para vereadores,
deputados e senadores. Este é um ano importante porque tem eleições de
deputados e o brasileiro bem que poderia prestar mais atenção no que faz sozinho
dentro da urna. O político é culpado, mas o povo não pode reclamar porque é ele
quem escolhe os políticos que pretende ver no poder.
Não há nenhuma forma de governo
melhor do que a democracia, onde o povo põe e tira os seus governantes, através
do voto direto e secreto.
Por isso é dissemos antes e
confirmamos, que qualquer partido que exercer o poder no Brasil nesse modelo de
gerenciamento corrupto, vai se desgastar. O PT vai acabar que nem o PMDB, PSDB
se não corrigir a rota e parar de negociar com a bandidagem política. Vale pra
Dilma, vale pro governadores de esquerda e prefeitos também. O voto de vereador
corrupto, nas câmaras do Brasil, são o retrato da falta de vergonha política
que enoja o povo.
O mais recomendável seria a Dilma
cumprir com o seu papel de presidente, governar com os olhos voltados para o
povo e não para os bandos de piratas oficiais. Se ela tiver coragem, vai
conseguir a proteção do povo que irá defender a sua governabilidade muito
melhor do que essa camarilha desonesta que rodeia os cofres públicos. A maior proteção de um governante democrático é o respaldo popular.
João Lúcio Teixeira
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