o passar pela praça do centro de
Caraguatatuba, fui interpelado por um cidadão nascido na cidade, em 1950,
atualmente com 64 anos de idade que me parou para uma pergunta. Queria saber
sobre direitos trabalhistas do empregado público de confiança, daqueles que não
prestam concurso, mas são admitidos como agentes públicos de confiança de algum
agente político que o indica para colaborar com a coletividade. Ao cargo
corresponderá um salário, é lógico.
Ele era radialista de relativo sucesso,
tinha amplo relacionamento com as pessoas que o cumprimentavam pelas ruas, e
foi usado como cabo eleitoral para ajudar nas várias eleições do atual
prefeito.
Em 2002 foi admitido em cargo simples na
secretaria de esportes, lá ficou até fevereiro último, quando recebeu um
telefonema avisando que deveria comparecer no setor de recurso humanos. Ali foi
instado a assinar um documento de demissão. Quis saber porque, mas não havia
ninguém para justificar as razões de sua demissão.
Desolado deixou o recinto e foi chorar
sozinho em algum canto. Detalhe importante é que faltava pouco mais de um ano
para completar seu tempo de aposentadoria, já que tem 64 anos, e agora vem
tentando encontrar um trabalho para completar o tempo de contribuição, mas com
a idade que tem não consegue novo emprego. Perguntou-me se tinha direito a
alguma indenização, e ficou ainda mais deprimido ao ouvir a resposta. Servidor
público de confiança não tem direitos trabalhistas, como os trabalhadores
comuns, e ao serem demitidos recebem somente o saldo de salário e nada
mais.
Falou que procurou o prefeito que foi quem
o admitiu e o prefeito prometeu que arranjaria alguma outra função pra ele, mas
nem deu resposta. A mágoa dele, o Nerli Amaral, é ter jogado todas as fichas
numa rodada que não deu certo. Disse que está passando por dificuldades já no
terceiro mês de desemprego e com lagrimas nos olhos, falou que está com
dificuldade para comprar até alimentos. Fiquei com muita pena do Nerli. Mais um
ano, ele se aposentaria, mas vai ter que amargar o abandono material a que foi relegado
pela secretaria de esportes. O prefeito bem que poderia ler essa matéria e
corrigir o ato de crueldade a que submeteram o velho locutor Nerli Amaral que
tanta colaboração deu aos atuais mandatários da cidade.
São tantos os favorecimentos de parentes e
amigos de alguns assessores, que os R$1.200,00 reais por mês de salário do
Nerli não ririam fazer diferença nesse desperdício de dinheiro que é o erário
de Caraguá. Se o Secretário de Esportes não quer mais a colaboração do rapaz,
porque não colocá-lo em outra secretaria pelo menos para que complete o seu tempo
de serviço para aposentar-se ? Seria mais digno.
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