sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

ONTEM A TV CÂMARA REPRISOU PROGRAMA SOBRE REFORMA POLÍTICA

Sem sono, me pus atentamente diante da televisão e assisti a um debate extremamente interessante levado a termo na comissão de constituição e justiça da Câmara dos Deputados. Os debatedores eram deputados que defendiam os seus pontos de vista em relação à matéria que é por si só, controversa. O discurso que mais chamou a atenção foi de um deputado do PT, que afirmava que a reforma só teria razão de existir se começasse pelo financiamento público de campanha, sem dinheiro de empresas, o fim do voto obrigatório e a adoção  do voto em lista. Neste último caso, o partido faz a lista dos seus candidatos, coloca os nomes na ordem que lhe aprouver e o primeiro da lista será o eleito não importando a sua votação. Temerário.
Essa tem sido a tese do PT cujo deputado afirmava que essas medidas poderiam trazer equilíbrio entre os diversos candidatos e acabariam com a possibilidade de eleição dos mais ricos e poderosos.
Houve quem dissesse sobre a proibição da reeleição com mandato de cinco anos, mas ninguém falou sobre o fim da reeleição indefinida para deputados senadores e vereadores.
Houve quem questionasse a legitimidade dos parlamentares para fazerem a reforma política que vai atingir diretamente os seus interesses. Imaginem um deputado votando a proibição da reeleição para deputado. Isso nunca seria aprovado, e é o desejo de mais de 90% dos brasileiros segundo uma pesquisa de opinião pública publicada nesta semana pela Tv Cultura.
Se a maioria da população quer o fim da reeleição de prefeitos, governadores e presidente da república, e quer limitar a reeleição de parlamentares, não seriam os deputados e senadores as pessoas mais adequadas para decidirem a questão.
A reforma desejada precisa ir mais longe, para que a compra de voto seja considerada crime hediondo, inafiançável, e se o candidato ou seus coordenadores de campanha forem pegos na compra de votos, deveriam ficar presos até o final do processo e não deveria poder tomar posse. Na dúvida, deve prevalecer o interesse do povo e não do candidato de moral duvidosa. Isso ninguém vai querer incluir e sem essas medidas duras, será difícil mudarem as coisas por aqui, já que drogados, bêbados, corruptos e outros indivíduos de caráter duvidoso se elegem e reelegem por conta do dinheiro que roubam de nós que votaremos de novo nos mesmos safadões, que mesmo condenados repetidamente acabam conseguindo uma maldita liminar que os coloca de volta no poder. O judiciário brasileiro já passou da hora de ser mais firme em relação a políticos corruptos que ficariam bem melhor longe do poder. Ser injusto com um político suspeito é menos grave do que ser injusto com toda a sociedade que é "assaltada" diariamente. Não importa a legenda a que pertence o corrupto, o que importa que ele seja posto fora do poder e longe do nosso dinheiro. Alguém em sã consciência acha que os atuais deputados e senadores vão querer moralizar o que eles levaram muito tempo para desmoralizar?
Então a solução mais adequada seria a convocação de uma comissão de juristas respeitados para fazerem a reforma e em seguida submetê-la ao voto popular em plebiscito. Uma vez aprovada, obrigará a todos os brasileiros inclusive às velhas raposas, como Sarney, Renan, Faria de Sá, e outras figuras que vivem há décadas pendurados no sistema que resolve tudo, menos os problemas da saúde, educação, segurança e ainda permite a depredação do patrimônio público, para depois falarem em aumento de impostos. Ou muda, ou muda pra valer e afastam-se os bandidos oficiais do poder para bem longe dos palácios.
João Lúcio Teixeira

Nenhum comentário: