Enquanto colocava uma peça metálica em minha boca, para depois fixar o novo dente que substituirá um que quebrou por acidente, o dentista falava e eu somente ouvia porque minha boca estava sendo trabalhada. Ele o Dr. Fernando, que cuida dos meus dentes há mais de 25 anos, falava que em 1989 na eleição em que Collor virou presidente, ele ia votar no Collor porque não admitia a ideia de votar no Lula. Na faculdade, a UNESP, em que era professor, um colega vindo das Alagoas disse que votar no Collor era loucura. Ele é louco e vocês não sabem. Aí, ele votou em branco e resolveu o problema.
Continuou o seu relato dizendo que na reeleição ele votou no Lula por ter perdido o medo e votaria de novo se ele fosse candidato. Sem que eu lhe perguntasse as razões, já que eu estava impedido de falar, ouvi ele dizendo que acha o Lula a pessoa mais inteligente na política brasileira porque ter conseguido lidar com o poder de forma tranquila e convincente.
Pra ele, se o Lula for candidato novamente será imbatível por ser um forte candidato e não ter adversários organizados, com peso suficiente para derrotá-lo.
Foi interessante ouvir a opinião de um "classe média" que não sente medo de manifestar a sua opção por um político de quem tinha medo.
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