Às tardes, bem lá pros finais das tardes, alguns amigos antigos
sentavam no “cafezinho” na mesma mesa de sempre e falavam sobre tudo, sobre todos,
do passado, do presente, e só não tinham o hábito de falar sobre o futuro, talvez porquê
futuro não houvesse.
Um japonês “filosofista”, adepto dos velhos adágios sempre
tinha frase pronta pra completar os assuntos, e lembrava do seu pai, do
açougueiro falecido, do barbeiro da esquina e dos demais fofoqueiros. "Prefiro pagar para não ter compromisso", Dizia ele parafraseando o alfaiate.
Dia desses o velho japonês, com dificuldades no andar,
braços meio contidos pela preguiça e pelo desuso, resolveu declarar que estava
se encontrando com uma mulher jovem, bonita e muito interessante. Os demais
logo o alertaram para o perigo do fato, lembraram de outros amigos que tiveram
problemas por essas libidinagens extra conjugais. O Japonês defendeu-se dizendo
que não é louco e que toma todo o cuidado pra que ninguém o descubra.
Ah! Japonês, as
mulheres são espertas e logo notam a mudança de comportamento natural quando o
homem tem algum caso fora de casa.
Assim que a roda ficou sabendo, o fato deixou de ser segredo
e cada um no seu reduto acabou por comentar, até que caiu no ouvido da mulher
do professor, que amiga da japonesa estava com dificuldade para guardar o segredo
tão recomendado pelo seu marido.
A garganta coçava sempre que se encontravam, até que num
belo dia o segredo escapou e a senhora japonesa recebeu a informação.
Surpresa foi a resposta da senhora tão discreta que disse
pra sua amiga que já sabia de tudo, e que não se importava, porque era melhor
que ele pagasse pras moças e a deixasse de fora, porque em toda a sua vida de
casada a pior situação era suportar aquele homem pesando sob o seu corpo num
festival de “desgoso” em desagradável tortura.
Melhor assim!
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