segunda-feira, 17 de abril de 2017

RELIGIÃO NA POLÍTICA É PROBLEMA

RELIGIÃO NA POLÍTICA É PROBLEMA
A discussão sobre a religiosidade teve o seu começo por volta do ano 800 antes de Cristo, com as civilizações Grega, Chinesa e Indiana, ocasião em que os pensadores Gregos passaram a questionar a irracionalidade da dependência religiosa, e passaram a buscar explicações racionais para os fatos da vida. Os homens começaram a questionar a submissão a Deus para solucionar problemas cotidianos, e passaram a pesquisar a formação do universo e suas influências na vida das pessoas. Eram os primeiros passos do pensamento filosófico que brotava na mente humana e fazia com que a razão passasse a substituir a alma como único elemento etéreo da pessoa viva. O que era chamado de espirito ou alma, passava a ser conhecido como mente, tema que bem mais tarde foi pesquisado por Freud, o pai da psicanálise, que qualificou a mente como o elemento fundamental da elaboração dos pensamentos e memórias. Chegou-se à conclusão de que o homem material nasce sem qualquer registro de memória e vai aos poucos colecionando conteúdo nas suas vivências, para compor o que se chama de caráter ou conjunto de caracteres que lhe dão a identidade social. Segundo Freud o homem nasce como uma folha de papel em branco e vai adquirindo conhecimentos ao longo da vida. Por isso existe a afirmação de que o homem é produto do meio em que vive. A criança que recebe uma educação equilibrada de pais equilibrados e de comportamento social bem aceito, têm maior probabilidade de serem adultos bem resolvidos e bem recebidos em quaisquer meios sociais.
A religiosidade teria nesse contexto a finalidade de servir como ferramenta ou instrumento de aplicação prática do respeito e da moral social, sem, contudo ser elemento fundamental na construção do caráter que dependerá de muitos outros fatores.
O cristianismo teve enorme participação na construção das sociedades primitivas e serviu de instrumento de controle social quando tudo era muito rudimentar em matéria de sociedade civil, e as pessoas acabavam pautando o seu comportamento no material religioso. Que Jesus existiu e foi historicamente um dos mais importantes homens do mundo, não há dúvida, e os ensinamentos religiosos seguem sendo muito importantes para as estruturações comportamentais.
Esse ponto também passa agora a ser criticado, na questão política onde inúmeros religiosos estão sendo pilhados pela justiça por envolvimento em atos de corrupção, a mostrar que a religiosidade não está isenta de críticas. Deputados e outros ocupantes de cargos eletivos podem ter usado a crença de seus fiéis para atingir o poder e dele se beneficiarem.
O que era mais sagrado está sendo questionado, e o povo vai acabar se afastando das religiões do mesmo jeito que já está se distanciando da política, se religiosos desonestos continuarem a usar a fé para galgarem poder político e agirem de má fé como tem ocorrido.
Há quem diga que os religiosos corruptos não irão prejudicar a fé do povo, mas há quem diga que se não dá para separar o joio do trigo, terá que prevalecer a ideia de que o bom religioso deve permanecer no templo e não nos palácios.

João Lúcio Teixeira 

Nenhum comentário: