Ontem estivemos em Caraguatatuba, como fazemos em todas as
semanas, e participamos da recepção ao pré-candidato a governador de São Paulo,
o ex-ministro Alexandre Padilha do PT. Encontramos inúmeros amigos da política
regional como a Amélia Naomi, presidente da câmara de São José dos Campos, o Mauricio
Moromizato, prefeito de Ubatuba, VereadoresTato Aguilar e Lelau, o pessoal da
Ilhabela, Anselmo e Luciano, os dirigentes do PT de Caraguá, Cássia,
Marquinhos, João Rocha, lá estava o Jumana do Jornal Noroeste News, um dos mais
respeitados órgãos de imprensa do Litoral, Paulo Afonso, Cidreira, e mais um
monte de gente boa de quem não posso citar todos os nomes se não a internet
seria pequena, O Padilha fez um discurso que convence, na prática porque não
tem palavras rebuscadas, embora seja médico, e nem temas filosóficos. Foi
direto e reto nas questões importantes, como a segurança pública do estado
que lhe parece deteriorada a cada dia, a educação que faz tudo menos ensinar, e
bateu forte na questão da desapropriação de áreas habitadas para construção do
contorno viário em Caraguá.
Recebeu documentos das mãos de cidadãos como
o Cidreira do Sindicato dos Aposentados e Idosos que agradeceu ao Padilha por
ter, quando ministro da saúde há dois meses atrás, determinado uma auditoria na
saúde local, e da represente dos moradores da região da Ponte Seca onde serão
desapropriadas inúmeras residências antigas recebeu um pedido de intervenção.
Pode parecer inoportuno, mas se o Padilha for eleito, estará no cargo de
governador daqui há 8 meses e poderá ter tempo de interferir no traçado do anel
viário.
Parece que o PT está mesmo a fim de ocupar
a cadeira do Geraldo. Sabe-se que o Geraldo é um dos poucos remanescentes do
PSDB, bom de voto, que vai tentar a reeleição, mas o Padilha está fazendo um
trabalho de formiga que pode levar perigo ao PSDB. São Paulo e Minas, são os
dois redutos importantes do partido do Serra e FHC, e se houver derrota do Geraldo
aqui e do Aécio na luta pela cadeira da Dilma, o PSDB poderá estar dando adeus
ao poder, do mesmo modo que já aconteceu com o PFL que já foi um dos maiores
partidos do Brasil. Chegou a fazer 101 deputados federais em uma só eleição e
foi o recorde. Tempos depois, agonizou até ser substituído pelo DEM, numa
tentativa de salvar o grupo político que tinha como importantes lideranças o
Antônio Carlos Magalhães e o Marco Maciel, que traziam do nordeste a força que
ampliava o tamanho da legenda. Política é assim, o Brasil já teve um enorme
PTB, do Getúlio Vargas, um grande PMDB do Dr. Ulisses, um grande PSDB de FHC e
Montoro e Covas, e agora está vendo mais um espetáculo da renovação política.
Já dissemos e afirmamos, o poder do jeito que é exercido no Brasil, mata
qualquer partido. O PT precisa estar atento a esse fenômeno se não vai pro
mesmo caminho. As negociações políticas, não podem ser do poder pelo poder, mas
do poder pelo desenvolvimento humano. O PMDB com essa recente ruptura com o
governo da Dilma, pode também estar dando adeus ao palácio. A ficha mais
importante do PT agora, é o Padilha no governo de São Paulo e vão jogar todas
as fichas nele e na Dilma para a reeleição. Pra quem não gosta do PT, isso é
horrível, mas quem gosta do governo Lula e Dilma, isso é uma delícia. Quem
viver verá que o mais importante é que se fortaleçam as instituições democráticas
que permitem ao povo escolher os governantes que mais lhe agradam, ainda que de
vez em quando escolham bandidos, saqueadores, criminosos organizados e
corruptos, mas é votando que vamos aprendendo a votar. Dizia Elis: “Vivendo e
aprendendo a viver” Pra nós : “Votando e aprendendo a votar”. O PT está
respeitando as regras e o Brasil está se beneficiando da estabilidade eleitoral
de um governo que não tem mudado as leis pra se manter no poder. Está apostando
na satisfação do povo em relação à sua forma de governar e isso é o ideal. Se
começarem os casuísmos de mudanças eleitoreiras o povo vai querer mudar de
governantes para defender o direito democrático de escolher livremente o representante.
Por ora está indo bem.
Lembram? Voto direto, voto indireto, colégio eleitoral, mudança da
constituição, dois partidos, e só faltou ao Brasil nos tempos dos invasores de
fardas, ter somente um partido. A China e alguns países de lá, e outros daqui
da nossa vizinhança da América do Sul, ainda são assim. Ainda bem que estamos
no Brasil. Quem gosta o Padilha vota nele e quem não gosta vota em outro. Imaginem
se fosse só um. Seria muito triste. Ainda tem idiotas que sentem saudades da
ditadura. Que louco! Diria o mineirinho: “Cruiz credo, sô!” “Váde retro satanás”.
Ditadura nunca mais, nem de direita, nem de esquerda. Nós queremos votar até
aprendermos a votar direitinho.
João Lúcio Teixeira
2 comentários:
Parabéns joão pelo interpretação justa e eficaz. Tive muito prazer em conhecê-lo e espero ter oportunidade de mais conversas. Um abraço.
João Lúcio, meus cumprimentos. O acompanho há alguns anos, desde os tempos em que eu era estudante, participante ativo do movimento estudantil, em Caraguatatuba. Sendo bem objetivo, no que concerne ao espírito democrático e de maturidade que se espera de um povo na escolha de um líder, o Brasil engatinha à duras penas. Quando não há mudanças significativas na situação social de determinada região, no caso, São Paulo, o povo, ainda que de modo incipiente, tende à mudança. Me parece que é o que acontecerá. Não necessariamente com Padilha, mas que um segundo turno haverá, isso creio que haverá. Agora, em Caraguá, a situação é bem mais delicada. É certo que Antônio Carlos fez uma manobra arriscada com o Stella Maris e isso é inquestionável. Mas também é verdade que este hospital já não prestava seus serviços a contendo há tempos, com reclamações infindáveis de pacientes, médicos e funcionários. Oportunidades para mudança sempre existiram e nada ocorreu. Se o problema restringia-se ao repasse da prefeitura, por que não expuseram isso juridicamente, de modo a manter suas atividades? Nesse sentido, o prefeito foi sorrateiro, mas agiu consoante a lei. Antônio Carlos foi eleito democraticamente para conduzir o Executivo. Os vereadores, para exercício do Legislativo e para representação do povo. Quer dizer, então, que todos tiveram participação nesse episódio, pelo menos, a maioria dos eleitores que elegeram os políticos que estão aí? Se há provas de que essa manobra foi uma aventura, como o senhor diz, manobras outras no que tange à responsabilização do agente político existem e podem ser postas em prática. Já aconteceu com Collor, por que não aconteceria com Antônio?
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